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Mehdi Taremi está em Bushehr, no Irão, à espera do desfecho das negociações entre FC Porto e Rio Ave, decidido que já está a vestir as cores azuis-e-brancas do campeão nacional. Com o acordo alcançado entre todas as partes, numa transferência que rondará os 6 milhões de euros, no Irão já tentam visualizar o impacto que terá um dos seus maiores jogadores da atualidade num grande da Europa e numa prova como a Champions.
Hamid Estili, figura do futebol persa, autor do primeiro golo do Irão na histórica e tão amada vitória da seleção sobre os Estados Unidos no Mundial-1998, foi também o primeiro treinador de Taremi enquanto sénior. O atacante apontado ao FC Porto procurava, aos 21 anos, vingar no clube da sua região, em pleno Golfo Pérsico, o Shahin Bushehr.
“Lembro-me de o chamar da base à equipa sénior. Não jogou muito mas pôde aparecer como um jogador talentoso. Era novo e como jogávamos a 1ª Divisão não pude inclui-lo em muitos jogos. No ano seguinte foi jogar para um equipa da 2.ª Divisão e sagrou-se o melhor marcador, chegando, assim, ao Persepolis. O seu verdadeiro sucesso, devo ser justo, começou com Branko Ivankovic“, explica Estili, um antigo médio, hoje no comando da seleção nacional de sub-23. Que nunca deixou de acompanhar a evolução de Taremi.
“Ele mostrou todos os seus atributos logo de início no Persepolis com invulgar técnica de drible, fortíssimo jogo de cabeça, velocidade, aproveitando companheiros muito bons e adeptos muito apaixonados. Faz-se um jogador de alto nível na liga iraniana. É assim que é convidado a integrar-se nos trabalhos da seleção treinada por Carlos Queiroz. Penso que não conseguiu mostrar aí todas as suas competências por causa do sistema defensivo da seleção, que privilegiava o contra-ataque. Mas no Persepolis e nos jogos asiáticos ele provou todos os atributos de grande jogador“, relata Hamid Estili, aprovando a escolha de Taremi.
“Portugal foi uma grande oportunidade para ele e na sua primeira presença na Europa quase se sagrou o melhor marcador do campeonato. Sei que marcou muitos golos de penálti, muitos sofridos por ele. E isso é uma especialidade, tem grande vocação para arrancar faltas na área porque coloca-se muito bem entre o adversário e a bola, provocando o derrube dos rivais», denota, certamente a par dos três penáltis ganhos pelo iraniano em Alvalade. «Com a grande confiança que adquiriu na sua presença no Mundial-2018 tornou-se um jogador muito bem preparado e o FC Porto está consciente da sua experiência. Ele poderá demonstrar e provar que é ainda mais capaz do que já exibiu. Numa equipa que é uma das grandes da Europa, terá mais oportunidades para marcar e não tenho dúvidas de que o FC Porto pode ser uma ponte para chegar mais longe“, vaticina Hamid Estili, perentório a desfiar a gama de qualidades do avançado do Rio Ave.
Estili referiu ainda que, no seu entender, o avançado iraniano é mestre a arrancar penáltis e explicou porquê.
«Hoje é um avançado cheio de recursos, a começar pelo jogo aéreo, a facilidade de criar espaço, a entrega, o roubo da bola aos defesas, a inteligência de saber jogar sem bola, a arte de conquistar os penáltis. Com a experiência ganha na seleção e com um ano de Portugal, acho que está no ponto para ser um dos melhores jogadores do FC Porto e uma referência intemporal do Irão», avisa, marcando a sua estima pelo grande alvo portista.
“Mehdi é uma pessoa muito boa, natural de uma região que dá muitos jogadores talentosos. Ele cresceu numa família comum, de classe média-baixa, como acontece com a maioria dos jogadores do Irão. Agradecemos a Deus que o tenha colocado na direção certa para ganhar oportunidades e descobrir-se como um grande talento. Soube usar isso para chegar a grandes equipas. Desejo-lhe o melhor e que continue a escalar degraus todos os dias. Como primeiro treinador dele, estou muito feliz com o seu sucesso“, rematou.
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