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Apesar de ter renovado o contrato até 2028, no dia anterior às eleições em que André Villas-Boas venceu Pinto da Costa, o treinador deixou clara a sua posição.
“Sinceramente, passou-me essa hipótese pela cabeça [de ser o último jogo]. Sobre o meu futuro, não está dependente de nenhuma conversa. Quem decide o meu futuro sou eu, ponto. Se for sair do FC Porto, é com um sentimento de imensa gratidão e de dever cumprido. O meu sentimento é de que estive à altura da exigência do FC Porto a que fui habituado. Quando o meu pai me deixou, com 15 anos, à frente do Estádio das Antas… Naquele momento, tive a sensação de que tudo era imenso, eu nunca tinha saído da minha aldeia. Entrar numa cidade como o Porto e estar à frente de um estádio como aquele foi inacreditável. O sentimento que tenho hoje é exatamente esse, de dever cumprido, se tiver de sair, porque sou eu que vou decidir. O FC Porto voltou, nestes sete anos, a ter a hegemonia do futebol português, porque teve quatro anos sem ganhar nada antes de eu chegar aqui. Em três anos de fair-play financeiro, dois de pandemia e este muito atribulado, com as eleições, conseguimos ganhar tantos títulos quanto os nossos dois rivais. Sempre digo que, no FC Porto, o contrato não faz o treinador ou o jogador. Se o meu caminho e o do FC Porto se bifurcarem, saio com a mesma dignidade com que entrei. Se amanhã for o meu último jogo, o FC Porto paga-me o dia de amanhã e vou embora sem mais nada. Isto fez muita comichão a muita gente. Vou embora sem levar um tostão, pagam-me até ao dia em que trabalhar, com a mesma dignidade com que entrei. Foi muito falada a minha assinatura dois dias antes da eleição. Há uma coisa que eu não abdico: a gratidão e o respeito pela pessoa que tem mil e tal títulos no clube e me trouxe para aqui com 15 anos. A partir desse momento, os nossos caminhos dividem-se e nem um tostão eu quero do FC Porto”, disse o técnico.
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