Depois da Federação Iraniana de Futebol, desta feita foi a vez da Amnistia Internacional tomar uma posição enérgica face às palavras de Carlos Xavier sobre Taremi. A reação fez-se pela voz de Pedro Neto, diretor executivo da ONG, que, em entrevista ao Porto Canal, condenou o discurso.
«Há um longo caminho que temos que fazer em Portugal, naquilo que é a luta contra o racismo e na luta a favor da liberdade religiosa. É uma lei que tem já mais de 20 anos em Portugal, a lei da liberdade religiosa, e continuamos a discriminarmo-nos uns aos outros, conforme aquele que é o nosso país de origem, ou conforme aquela que é a nossa origem étnica ou conforme aquela que é a nossa religião. E a questão da liberdade religiosa e do antisemitismo ou do anticristianismo ou da Islamofobia são coisas que temos de alertar as pessoas e que não são condizentes com os Direitos Humanos», focou.
Entendendo não haver lugar a tantos ataques, Pedro Neto refere que «todos temos de elevar a nossa linguagem e adequar». «E mais os comentadores e os analistas televisivos, seja em que canal for têm muita responsabilidade de exemplo e de elevação de linguagem, porque podem instruir e podem apelar à paz e ao respeito, direta ou indiretamente e, portanto, mais do que julgamentos é esse o apelo que quero deixar», disse ainda, elogiando o avançado do FC Porto.
«E oxalá todos os atletas pudessem ser vozes sonantes, naquilo que são os problemas de Direitos Humanos ou dos seus países de origem ou nos países onde jogam», lembrou.