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Carta aberta de Walter: “Não me pagaram até hoje…”

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Antigo avançado dos dragões recorda passagem pela Invicta e fala com mágoa da sua carreira

Atualmente a jogar pelo Pelotas, uma equipa do segundo escalão do futebol Gaúcho, Walter é o protagonista de um longo artigo no Globoesporte, onde escreve uma espécie de carta sobre a sua vida e faz uma retrospetiva de alguns dos momentos marcantes. Um deles refere-se à sua passagem pelo FC Porto, onde afirma ter sido prejudicado pelo facto de ser “quase analfabeto”, como ele próprio o admite.

“Fiquei no Inter até 2010. Conquistei o Campeonato Gaúcho Sub-20 e o profissional, em 2009, até chegar o interesse do FC Porto, de Portugal. Ali, mais uma vez, senti o peso de estar à margem de tudo. Não compreendia as coisas corretamente. Fui vendido por um valor, mas disseram-me outro valor. Menor. Assim: prometeram-me um salário de 30 mil euros. Eu recebia 15 mil euros. Prometeram um prémio de assinatura de 500 mil reais (95 mil euros). Até hoje não me pagaram”, revelou o avançado, explicando de forma quase insólita por que nunca reclamou esse dinheiro. “Eu não sabia o valor do euro, cara! Eu dizia: ‘que moeda é essa? Que moeda é o dólar?’ Mas jogar no FC Porto, naquele momento, era suficiente para mim. Partilhar o campo com Hulk, Falcão…”.

No mesmo artigo, Walter admite ser “quase analfabeto” e assume que a falta de educação formal é um dos seus maiores arrependimentos. “Escrevo o meu nome com dificuldade e algumas outras coisas. Abandonei a escola na quinta série, depois de chumbar cinco vezes. Não sabia ler nem escrever até aos meus 18 anos. Tenho muita vergonha disso. É um dos poucos arrependimentos que tenho na vida. Na verdade, o principal. Sem dúvida que a minha carreira teria tomado outro rumo se eu tivesse estudado”, confessou.

Por outro lado, Walter não nega o problema do excesso de peso, embora confesse algum ressentimento pela forma como sempre o rotularam por essa questão. “Eu não podia apenas ser bom a jogar futebol, goleador. Era apenas o ‘gordo’ Walter, jogador do Goiás. Reduzido a um animal: ‘Olha a baleia!’ Se eu desse importância a tudo o que dizem sobre mim… Estaria lixado. Apesar disso, quem sofre nunca esquece. Nunca neguei problemas de peso. As pessoas até me chamam de alcoólatra, mas eu não gosto de beber. A minha perdição é a comida: Coca-cola, bolachas recheadas… E não há quantidade limite, assim, comer 20 bolachas por dia… É só abrir a boca!”

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