As contas do FC Porto não foram uma surpresa para José Fernando Rio, que já estava à espera de resultados negativos. O antigo candidato à presidência dos dragões, contudo, manifesta incompreensão para com o pagamento de prémios aos administradores da SAD no atual contexto financeiro e defende mudanças na composição da mesma, advogando que «é preciso entrar gente nova» para liderar o clube.
«As contas são calamitosas, mas já sabíamos que seria assim sem a venda de jogadores até final de junho. Temos de acreditar na palavra de Fernando Gomes [administrador da SAD], que prometeu compor as contas até final do ano para não haver impacto em termos das regras do fair play financeiro, porque seria muito mau ficar de novo sob alçada da UEFA, com as limitações que isso implica. No fundo, creio que ninguém ficou surpreendido com este prejuízo, que só mostra que este modelo de gestão está esgotado. A SAD não tem imaginação e capacidade, nem vontade, para encontrar novas soluções. É preciso entrar gente nova», aponta.
«O FC Porto continua num ciclo vicioso de dependência da Liga dos Campeões, de vendas e de antecipação de receitas. A questão dos prémios é uma vergonha também, mas não é surpresa, sempre que o FC Porto não é campeão mas se apura para a Champions a SAD recebe prémios. Eu tinha vergonha de receber e ainda mais de se tornar público», garante.
Manifesta, ainda, preocupação em relação às receitas de bilhética em comparação com as do Sporting, que apresenta média de assistência em Alvalade inferior à do Dragão…
«Em relação à questão da bilhética, não tenho explicação. O FC Porto tem média de assistência superior a 40 mil adeptos, o Sporting nem chega a 30 mil, mas há diferença abissal, de vários milhões de euros. Estou em crer que o FC Porto coloca parte dessas receitas noutra rubrica, mas há diferença difícil de explicar e gostava de ouvir uma explicação pública da SAD sobre essa matéria», afirma.