O FC Porto vai avançar com um empréstimo obrigacionista de €50 milhões em abril de 2025 para refinanciar-se com o mesmo valor que vence naquela data, referente à operação de emissão de Obrigações 2021-2023. Um movimento financeiro normal nos clubes grandes e que faz parte do plano estratégico da SAD para ganhar liquidez, aliviar o peso do juro da dívida e cumprir as suas obrigações junto dos credores, afastando o risco de penalizações por parte da UEFA. O objetivo global da gestão de André Villas-Boas é atingir pelo menos os €80 milhões, mas não é líquido, como foi noticiado na semana passada, que os azuis e brancos estejam a preparar o maior empréstimo obrigacionista da história do futebol português.
Tudo dependerá do desfecho das negociações em curso com a banca internacional, de que André Villas-Boas foi dando conta nos últimos meses, dedicando mesmo algumas linhas sobre o tema no editorial da Revista Dragões: «Muito progredimos no ataque às nossas prioridades, dando importantes passos em termos financeiros, de gestão, de recuperação da nossa reputação e de reforço do nosso património. A renegociação da nossa dívida junto de prestigiadas instituições financeiras internacionais tem seguido passos seguros e em breve não estaremos tão condicionados por esta teia que nos amarrava e que colocava em risco a nossa participação em competições internacionais e sobretudo hipotecava o nosso futuro e as nossas ambições.»
Em outubro, a SAD terá o plano financeiro concluído e nessa altura os sócios serão informados sobre os passos dados pela Administração para ganhar liquidez. Os azuis e brancos continuam sob supervisão da UEFA e haverá dois novos controlos da sustentabilidade financeira, um primeiro este mês e outro em dezembro. Comité de Controlo Financeiro da UEFA decidiu excluir o FC Porto por uma época das competições europeias, exclusão que ficou suspensa e só será efetivada caso o clube azul e branco não cumpra o ‘fair-play’ financeiro durante as épocas de 2025/26, 2026/27 e 2027 /28. Apesar desta ameaça, André Villas-Boas e a equipa financeira liderada por Pereira da Costa conseguiram apagar vários fogos que permitiram ao FC Porto passar no controlo do Comité Financeiro da UEFA, em julho passado.
Os dragões cumpriram no último trimestre os pressupostos que constam do Regulamento de Licenciamento de Clubes e Sustentabilidade Financeira da UEFA. Na prática, foram cumpridos escrupulosamente os overdue payables– atrasos no pagamento dos salários, dívidas vencidas às autoridades fiscais, à Segurança Social e a clubes. Mas ainda há muito trabalho pela frente.