Hoje trago-vos uma história curiosa e NUNCA antes contada sobre um ex-jogador nosso.
Quem falamos é do avançado Raudinei, avançado brasileiro que chegou ao FC Porto após a primeira conquista europeia do clube, no verão de 87. O avançado assinou na altura por 6 anos, mas só ficou um ano nos dragões. Ainda assim há histórias que nunca se esquecem.
O MaisFutebol encontrou-o no Brasil e fez uma excelente entrevista, cujas partes mais relevantes transcrevemos abaixo.
MF – Voltemos a 1987 e aos dias da chegada do Raudnei ao Porto. Encontrou um balneário campeão da Europa.
R – Fui muito bem recebido pelos jogadores do Porto. Eu tinha só 20 anos e a equipa tinha jogadores espetaculares, principalmente para a minha posição. O Fernando Gomes era Bota de Ouro, o Rabah Madjer, além do Jaime Pacheco, o Jaime Magalhães, o Domingos Paciência, enfim. Eu era um menino e tive dificuldades. Acabei por entrar em alguns jogos [oito] e por fazer alguns golos [três]. O Domingos estava a subir dos juniores também, tinha praticamente a minha idade. Foi uma aprendizagem fantástica. Joguei com jogadores da seleção portuguesa e com campeões europeus.
MF-Teve medo ao entrar num balneário com gente tão famosa?
R .Claro, claro. Eu jogava há três anos num clube de nível médio no Brasil [Juventus de São Paulo], mas chegar ao FC Porto… era uma equipa muito grande, acabada de ser campeão europeia e com nomes que marcaram o futebol mundial. Chegar lá e ver o Mlynarczyk, o Madjer, foi uma mudança radical, brusca. Mas fui muito bem recebido pelos meus colegas. O grupo era espetacular, sinceramente. Eu estive quatro meses solteiro e depois casei-me. Mas nos primeiros tempos íamos sempre almoçar juntos depois do treino. O Jaime Pacheco, o Sousa, o Bandeirinha, o Lima Pereira, não falhavam um almoço.
MF – Esses almoços eram animados?
R – Ah, ah, ah, ah. Muito, muito. Foi aí que aprendi a gostar de vinho verde. Bebíamos uns copinhos, às vezes um fininho. Mas sem exagero, era ótimo. Era isso que fazia do nosso grupo ainda melhor, era um grupo espetacular. A comida era maravilhosa. Fiz grandes amigos em Portugal. Eu amava o falecido Domingos Pereira [antigo dirigente do FC Porto], tornou-se um pai para mim e para a minha esposa. Ele tinha grandes contactos, íamos a muitos restaurantes.
MF – Teve uma boa relação com os treinadores, Ivic e Octávio?
R – Para falar a verdade, não. Tive dificuldades também por isso. O Ivic e a equipa técnica tinham pedido outro jogador. Naquele momento, o meu empresário – Delane Vieira, muito ligado ao FC Porto e a Pinto da Costa – acabou por convencer o presidente que eu era uma melhor opção, até por ser um atleta mais jovem. Isso acabou por me prejudicar, porque o treinador não me queria. Tive muitas dificuldades. Por exemplo, lembro-me de um jogo contra o Salgueiros.
Se quiser ver o resto da entrevista, pode ver aqui: https://maisfutebol.iol.pt/destino-80s/destinos/o-tecnico-nao-me-queria-mas-o-meu-agente-convenceu-o-presidente-do-porto
O ex-avançado tem agora uma empresa de representante de jogadores e tem vontade de começar a explorar o mercado português. Atualmente trabalha mais com o mercado asiático.