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O mistério do craque nipónico

Artigo original : 07/07/2020

Artigo atualizado : 21/07/2020

07-03-2020

Ultimo jogo de Shoya Nakajima de azul e branco até aos dias de hoje. Entretanto, já realizamos 5 jogos capitais para o sucesso (ou insuscesso) da corrente época desportiva. E Nakajima esteve ausente, em casa, sem contribuir para o sucesso do grupo. Sintomático de que algo não corre bem com o super craque japonês.

Nakajima chegou ao FC Porto no final do último mercado de Verão. Chegou para substituir a contratação falhada (publicamente) de Bruma e para acalmar as hostes portistas. Após excelentes prestações ao serviço do Portimonense, foi vendido por valores astronómicos para um clube do Qatar, falando-se na altura que seria apenas uma passagem para o PSG. Ninguém na altura percebeu muito bem a opção de Nakajima, futebolista internacional nipónico em ascensão, que preferiu os euros a procurar um clube que lhe desse maior projeçáo europeia. Recordo que na altura, segundo palavras do próprio, Nakajima dizia que não lhe interessava os muitos euros que ia receber. “Senti que seria um futebol divertido, e tenho a certeza que no Catar poderei viver feliz, sem ansiedades, com a minha esposa e os meus cães. Poderá parecer inocente, mas sempre achei que o futebol deve ser um desporto divertido, e acho que estar num ambiente agradável e com a minha família irá levar-me a jogar o futebol que quero jogar. Não me arrependo daquilo que decidi, de própria vontade. E irei certamente continuar a tentar elevar o meu nível futebolístico”. Estas frases deixavam antever pouca ambição num futebolista que ainda procurava assentar o seu nome na alta roda do futebol europeu e mundial.

Passado um ano, e alegando inadaptabilidade ao País, Nakajima chega então ao nosso clube, pela quantia de 12,5M€ por 50% do passe.

Rotulado de craque, rapidamente todos os portistas ficaram em êxtase – loucura é a palavra que me vem à cabeça quando recordo a reação dos portistas aquando da…apresentação oficial de equipamentos para e época 19/20.

Em campo, Nakajima tardava em corresponder às expectativas e  em adaptar-se ao estilo de jogo preconizado pelo nosso treinador (é mais jogador de bola no pé e Conceição priveliga mais um jogo direto, de ataque à profundidas).

Fora dele, problemas de adaptação intoleráveis para quem já tinha passado 1 ano e meio no nosso país. Será admissível que Nakajima ainda não se desenrasque no português ao fim de 2 anos e meio no nosso país? Isso também revela muito do seu interesse em beber da cultura portuguesa, e no caso que nos interessa, da cultura nortenha e do SER PORTO !

O clube sempre demonstrou uma compreensão irrepreensível – jogadores no passado, por muito menos, foram encostados irremediavelmente –, tendo inclusive Conceição, o durão, ter permitido que Naka se deslocasse ao Japão para assistir ao nascimento do filho (Quantos pais perdem o nascimento dos filhos por questões profissionais, principalmente quando trabalham noutros países) e falhasse o tão importante jogo com o Benfica.

Nakajima, em contrapartida, nunca retribiui esse apoio do cube, nem dentro do campo, onde as suas atuações eram discretas (na melhor fase dele também teve o azar de ter uma lesão, ainda assim, essa lesão demorou bem mais tempo que o normal a ser tratada, o que também poderá revelar alguma falta de profissionalismo), nem fora de campo, onde nunca se mostrou muito recetivo a adaptar-se a outra cultura e a mudar os seus costumes.

Em maio deste ano, após 2 meses de paragens do campeonato, devido a uma pandemia que assolou todo o mundo, COVID-19, Nakajima alegou medo e problemas de saúde da mulher para não ir treinar para o olival, demonstrando total desrespeito para com a instuição que lhe paga principescamente e com todos os seus colegas de equipa, que também tiveram de vencer o medo ao COVID-19 para voltar aos treinos. Conceiçáo é que não gostou nada e remeteu sempre o assunto para a direção. Foi uma total falta de profissionalismo por falta do japonês.

Ainda assim, todos nós erramos e temos direito ao perdão. Acredito que Nakajima ainda pode dar muito ao nosso clube, pois a sua qualidade é inequívoca, queira ele ser humilde, pedir desculpas ao grupo e começar a demonstrar mais respeito pelo clube e até pelos seus adeptos.

Como confesso admirador de Nakajima, estou desejoso de o ver a espalhar magia nos nossos relvados e a ser de uma vez por todas um profissional empenhado, ciente dos seus deveres e que tenha aprendido durante este ano que jogar no FC Porto não é igual, com todo o respeito, a jogar em Portimão ou no Qatar.

Nakajima, o futuro depende de ti !

(Artigo atualizado a partir deste ponto)

Entretanto, Nakajima voltou a treinar no Olival, mas … à parte da equipa.

Aparentemente, o grupo não perdoa o japonês pela opção tomada de ficar em casa, quando todos os seus colegas voltaram a treinar com o firme objetivo de serem campeões nacionais – o que FELIZMENTE veio a confirmar-se.

Ontem, em plena festa azul e branca pelo 29º título nacional conquistado, todos os jogadores do plantel foram chamados 1 a 1 para receber a medalha de campeão. Todos menos…Nakajima ! Mão dura da SAD a mostrar que o clube está acima de qualquer jogador (Conceição garante, sempre que é convidado a falar sobre o tema, que o assunto está entregue à SAD). Só lamento haver 2 pesos e 2 medidas neste clube, o que tira um pouco de credibilidade nas ações tomadas, mas prevejo vida difícil para Nakajima.

Que o japonês não conta para o resto da época (jogo em Braga e final da taça) parece mais que certo, mas como fica a situação do craque nipónico para a próxima época?

Caso (literalmente) bicudo para a SAD resolver. E Nakaima é um ativo muito importante (e caro), que aufere um salário muito acima da média.

Só peço que se respeitem SEMPRE os superiores interesses do FC Porto, quer desportiva, quer financeiramente.

O ideal era Nakajima ser reintegrado no grupo de trabalho, mas isso é algo que já estive mais perto de acreditar.

Qual tua opinião sobre tudo isto?

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