Sérgio Conceição abordou hoje pela primeira vez a confusão que se passou no torneio jovem em que participou o seu filho José. O treinador fez o ponto da situação e deu a sua versão dos factos. «Antes de passarmos a esses factos, gostaria de realçar algo importante. Ontem o nosso presidente disse que o importante é pensar no Estoril. E é uma verdade, daí as minhas declarações agora, porque quero sexta-feira ter uma conferência normal, onde se fale daquilo que é mais importante, o jogo do Estoril. Esta é a primeira nota. A segunda nota é o agradecimento pelo comunicado emitido pelo FC Porto, a estar solidário e acreditar na única e verdadeira versão, que é a minha», frisou aos canais de informação do FC Porto, prosseguindo o seu raciocínio:
«Estou muito triste. Eu sempre acompanhei os meus filhos nos seus trajetos e nos seus percursos. Como sabem, tive dois dos meus filhos a jogar em clubes diferentes, rivais do nosso. Sempre fui muito respeitado. Ia visitá-los e observar alguns jogos tanto ao Seixal como em Alcochete e nunca tive nenhum problema. Isto é desgastante, é difícil porque a minha família não é só a minha mulher e os meus filhos que estavam presentes para ver aquilo que se passou e sabem aquilo que se passou e aquilo que eu estou a falar. Muitas das famílias, não só da nossa equipa, mas também das outras equipas, estavam e assistiram à situação. Isto são acusações falsas e mentirosas de alguém que devia ter a responsabilidade e o dever de ser uma pessoa que está acima da autoridade em Espanha, que eu não sabia, daí a identificação deste senhor. Os meus advogados estão a atuar da situação, estão em Espanha para fazer aquilo que têm a fazer. Se for preciso eu fazer uma pausa no futebol, deixar o futebol, para provar aquilo que eu estou a dizer eu deixo. A minha honra, aquilo que eu sou como homem, como pai é muito mais importante».
E prosseguiu a sua versão: «Passaram a imagem de que eu entrei para contestar alguma coisa, o que não é verdade. O campo terá câmaras de vigilância que poderão comprovar isso. Havia muita gente junto à linha lateral, pais dentro do campo e outros perto da baliza onde o jogo terminou. Aquilo acabou, eles continuaram por ali, o árbitro pegou no material, veio tranquilamente para o balneário e foi quando o abordei, de forma tranquila, até a rir-me com outros pais, para lhe dizer que poderia ter marcado um penálti e tornado a final mais emocionante. Não me deixaram acabar porque, entretanto, se intrometeu o presidente da câmara local, que eu não sabia quem era e ele provavelmente também não sabia quem eu era, mas isso não interessa porque estamos a falar do respeito entre pessoas. Ele perdeu completamente o controlo e começou a empurrar de uma forma agressiva. Dentro do túnel ele ainda foi mais agressivo e deu uma palmada no peito do Moisés. Já lá estava o team manager, alguns pais como o Vítor Bruno e o pai do João Mário, que também tem um filho pequenino, o Simão, a jogar nos sub-9. O Paulo Assunção também estava presente e disponibilizou-se para testemunhar a meu favor, tal como a esposa», disse ainda.
Sérgio Conceição aponta o dedo ao comportamento do alcaide Manuel Barroso. «Agrediu, não uma vez, mas várias, um jovem de 22 anos que por acaso é meu filho. Depois entrou num chorrilho de mentiras e acusações que já foram praticamente todas desmentidas pelos presentes. Portugueses, espanhóis e todos os presentes desmentiram de forma veemente tudo o que ele diz que se passou. Por fim, perdeu a narrativa das suas declarações devido à quantidade de mentiras que proferiu e que causaram danos enormes à minha família, tal como às famílias dos outros jogadores, ao torneio e à cidade», refere, continuando: «Fiquei extremamente admirado ao ver alguém eleito pelos locais, que supostamente está acima das autoridades, fazer todas estas acusações. É inacreditável a continuação de agressões que foi vista e espero que, se existirem, as imagens do sistema de videovigilância venham cá para fora. Eu quero que isso aconteça para comprovar todas as mentiras que esse senhor proferiu, para as pessoas perceberem que a única pessoa agressiva e que teve atos de uma indisciplina incrível perante todos os presentes foi esse senhor. Essa invasão, como dizem, não foi no fim do jogo. Havia famílias a festejarem com os miúdos do Sevilha que ganharam o torneio e os nossos meninos, um bocadinho mais desiludidos e tristes, estavam com os pais no campo. Quase todos os pais estiveram dentro do campo, que é dividido, e eu estava numa zona intermédia entre dois campos de futebol de sete onde ficam o árbitro e as equipas de assistência. Se eu e os restantes pais deveríamos estar no campo? Provavelmente não, mas é hábito isso acontecer, os pais irem ter com os miúdos para festejarem ou os consolarem.»