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Agora que a euforia já se vai desvanecendo, que a voz já vai recuperando e que as poucas horas de sono já não fazem tanto efeito, cá vamos à crónica do jogo.
Começo por dizer que esta vitória soube tão, mas tãooooooooo bem, que tenho de a dedicar aquele homem de preto perdido no campo de ontem, Artur Soares Dias, acho que é esse o nome daquele sujeito que se enganou no equipamento no balneário (devia ter trazido o vermelho e branco, que seria mais condizente).
Bem,vamos ao jogo, que já falei bastante dessa espécie de árbitro.
O FC Porto começou a jogo a ganhar antes dele começar. Como? Passo a explicar. Trabalhou na sombra toda a semana com Diaz e Uribe (o médio colombiano viria a revelar-se fundamental), fez “bluff” quando estavam os media a ver o treino e na conferência de imprensa, e lançou um meio campo a 3 muito coeso. No fundo, jogada à bom velho Porto. Os jogos também se ganham fora do campo, ou pelo menos começam-se a ganhar. Mas não é com arbitragens, que isso é com os nossos “amigos” lá de baixo.
Entrada muito forte em jogo do FC Porto, precisamente com esses 3 médios a sobreporem-se física e mentalmente, aos 3 do Benfica, Weigl (confesso que tenho pena a vê-lo vestir de vermelho), Gabriel e Chiquinho (muito boa cunha deve ter para jogar tantos minutos). Logo aos 4′ Corona esteve perto de abrir o ativo. Fantástica finta de corpo já dentro da área, e remate de esquerdo para boa estirada de Vlachodimos (a forma como foi crucificado em público é ridícula, se não fosse ele Benfica nem em 2º tinha ficado). O trio do meio campo do FC Porto estava muito forte e a dominar todas as operações, com destaque para Danilo: o capitão azul e branco voltou em grande para a reta final da época e ontem, para mim, fez o melhor jogo este ano. Esteve em TODO o lado. Uribe também foi uma formiguinha silenciosa e omnipresente. Curiosamente, os melhores jogos de Uribe este ano foram ambos contra os da Luz. Está talhado para grandes jogos. Otávio foi o monstro de trabalho de costume. Mas sobre os destaques do jogo falarei noutro artigo. Continuando com o jogo…
A partir da meia hora de jogo, Artur Soares Dias (e não o Benfica, como ouvi por aí dizer), equilibrou o jogo, com faltas e faltinhas que só quem já jogou futebol sabe o quanto irrita (TUDO era assinalado para um lado e NADA para o outro. Foi má de mais a arbitragem, e a dualidade de critérios foi gritante). O apogeu da sua atuação é um lance em que Gabriel entra de forma completamente descontrolada sobre Manafá e nem vê amarelo, e Diaz toca na bola e vê amarelo.. O segundo amarelo a Luis Diaz é incontestável. O colombiano devia ter sido mais prudente, e saiu de um jogo em que pareceu não estar nas melhores condições físicas. Deixou o clube a jogar com 10, tornou a tarefa mais árdua, mas também uniu (ainda) mais o grupo. Mas isso só nos dá mais combustível, mais força, já deviam conhecer melhor as gentes do Norte: humildes, trabalhadores, lutadores, com espírito de entreajuda muito grande. Nada como os arrogantes e os presunçosos dos “educados” do Sul.
A primeira parte acaba sem história, com 0 remates do Benfica enquadrados com a nossa baliza e com muitos nervos à flor da pele, fruta da VERGONHA que Soares Dias protagonizou ontem. Conceição foi expulso ainda antes do intervalo, após reclamar uma falta (completamente inexistente) de Marega, quando o maliano APENAS tocou na bola. Intervalo chegou em boa hora para o FC Porto, Otávio e outros já estavam quase a perder a cabeça (não os condeno, porque no lugar deles, faria igual ou pior). Intervalo e ânimos serenados. Muito importante a imagem que mostra o nosso presidente a descer da tribuna, tenho a certeza que foi ao balneário e que, em conjunto com Conceição, deu uma força extra a todos, perante o escândalo que tinha sido a primeira parte.
FC Porto voltou para a segunda parte de cabeça limpa e o Benfica com vontade de (finalmente) arriscar mais um pouco. Quando se previa que o Benfica carregasse no acelerador e “empurrasse” os azuis e brancos para a sua área….foi precisamente o contrário que aconteceu. O FC Porto, qual cidade invicta, entrou com o orgulho ferido na segunda parte e, mesmo com 10, pressionou no campo todo. Danilo arrancou no meio campo, e sofreu falta de Weigl. Livre cobrado, Odysseas soca em falso (foi usado como álibi para a vergonha da exibição dos vermelhos, com mais um 60 minutos), e Mbemba, qual ponta de lança, super oportuno, tem um cabeceamento, totalmente intencional, de técnica apurada e de difícil execução, sobrevoando Seferovic e Ruben Dias (o melhor do Benfica ontem) e só acabando no fundo da baliza da equipa com a “melhor formação do mundo” e arredores.
Estava feito o 0-1. O Benfica tentou reagir, mas o melhor que conseguiu foi um remate inofensivo de Gabriel aos 56′. Era o FC Porto, mais maduro, que dominava o encontro. Exibição categórica dos dragões até terem o jogo minimamente controlado. Falta de Jardel sobre Marega (uma das 50 faltas cometidas pelo capitáo encarnado), e livre superiormente marcado por Otávio (não conhecíamos esta tua faceta Tavinho, tens de nos mostrar mais para o ano 🙂 ), para entrada fulminante de cabeça de Chancel Mbemba, a fugir ao fora de jogo. 0-2,59 minutos de jogo. Dragões com vantagem (algo) confortável dos azuis e brancos, com apenas 10 elementos.
Depois, obviamente, foi um toca a reunir por parte dos dragões e um “tudo por tudo” por parte do Benfica. A partir dos 60 minutos, fruto do resultado que se vivia e do cansaço acumulado de todos os jogadores da cidade invicta, o jogo teve pouca história. Benfica a tentar circular (muitas vezes de forma lente e previsível) e FC Porto, muito compacto e com grande entreajuda (é ver o número de vezes que Marega corria sozinho na frente a tentar segurar bola e quantas e quantas vezes não descia para o seu meio campo defensivo para ser o primeiro tampão, inesgotável) a tentar anular todas as tentativas do Benfica. Ao minuto 73, oportunidade soberana para reduzir por parte do Benfica. Marcação rápida de um livre, com o FC Porto já muito fatigado, e Vinicius, à boca da baliza, falha escandalosamente, após um bom centro de André Almeida. Susto para o FC Porto e oportunidade para “queimar” mais alguns segundos. O FC Porto não conseguia sair a jogar e o Benfica carregava. Após uma jogada algo confusa, que surge de uma combinação entre Jota e Rafa, Diogo Leite toca com a mão na bola (creio que foi isso que ASD assinalou porque o toque na perna não é suficiente) e Vinicius retomou a esperança para o lado dos envcarnados.
Até ao fim o FC Porto sofreu, sofreu e sofreu, fez das tripas coração – como qualquer bom habitante da cidade invita – não se livrou de um ENORME susto ao minuto 91 – bola no poste de Jota – mas mereceu ser feliz! Já tinha merecido noutros anos, mas neste estava escrito!
FINAL DO JOGO e 17ª Taça de Portugal para o FC PORTO.
MUITA EMOÇÃO, MUITAS LÁGRIMAS, MUITA ALEGRIA E MUITO PORTO (momento FANTÁSTICO que o clube proporcionou a Iker, que vou dissecar na totalidade num artigo ainda hoje)
Dobradinha histórica e inédita para o FC Porto e Pinto da Costa (nunca havia ganho uma taça ao Benfica, desde que está na presidência do clube) frente ao seu maior rival.
Acima de tudo, JUSTO, MUITO JUSTO!
Contra tudo e contra todos vencemos!
E agora, é hora do MERECIDO descanso !
Com a certeza que muitos não farão parte do FC Porto 20/21, OBRIGADO a todos, até aqueles que menos jogaram e mais conflitos causaram (Zé Luis ontem viveu mais o jogo que em todos os momentos que jogou com a nossa camisola).
Resumo do jogo
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