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Esta manhã, André Villas-Boas foi confrontado com o que aconteceu na Assembleia Geral do FC Porto e expressou o seu lamento pelas agressões perpetradas por uma guarda pretoriana a um adepto do FC Porto.
“Estou invadido ainda pelas emoções, vou tentar responder com a seriedade associada ao FC Porto. O que se passou ontem foi absolutamente lamentável e uma derrota interna para os órgãos sociais do FC Porto, que assistiram impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados do FC Porto”, começou por dizer, na conferência Web Summit.
“Peço sinceramente às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao IPDJ, ao Secretário de Estado do Desporto, que peça com urgência [as filmagens] das câmaras da vigilância do Estádio do Dragão, do Dragão Arena, e proceda a uma investigação das agressões e dos atos bárbaros que se passaram ontem à noite”, continuou.
“Desde credenciais passadas que não deviam ser passadas, não sócios do FC Porto, a uma total desorganização logística, que foi claramente evidente na passagem de uma sala que não tinha condições para receber todos os associados do FC Porto, para o Dragão Arena… É o reflexo de uma decisão que provavelmente o presidente da Mesa da Assembleia Geral [tomou], e que não tinha noção da quantidade de sócios e associados que íamos ter. Os associados ontem uniram-se em massa porque querem expressar os seus sentimentos, e foi-lhes impedido esse direito, de se expressarem livremente e em segurança”, disse ainda.
“As imagens que nós vimos ontem, de um miúdo com 19 anos, ao qual provavelmente é tirado o direito de voto, em choro e envergonhado com o seu clube, é o reflexo da situação que estamos a viver. Estamos reféns de uma guarda pretoriana que persiste em intimidar alguns sócios do FC Porto, que demonstram querer, na sua vontade, exercer o seu direito de voto, de se expressarem e de serem livres. Isto, no fundo, tem de terminar. Há uma reflexão profunda a ser feita do ponto de vista logística, da credenciação. Há também uma reflexão que o próprio Conselho Superior deve fazer, porque ontem também ficou evidente que a maior parte dos membros efetivos do Conselho Superior, dos quais algumas ilustres figuras públicas e políticas, não está presente”, afirmou, deixando ainda uma questão no ar.
“Será que a proposta deve persistir no tempo? A partir do momento em que uma AG está marcada para uma sala que leva 300 pessoas e estão lá 4 mil, a fazerem fila cá fora para tentarem entrar, e de repente mudamos para o Dragão Arena, como é que se quer que se faça a contagem daqueles sócios? Foi aí que decidi sair. Não há condições absolutamente nenhumas para proceder a uma AG onde se faz a contagem a olho, e a olhómetro, dos votos dos sócios. Principalmente com medidas onde não há regulamentação no registo, onde se passam pulseiras de um lado ao outro, onde se vivem momentos de intimidação evidentes. Cabia ao presidente da Mesa da Assembleia Geral chamar as autoridades para estarem presentes no Dragão Arena. Autoridades essas que circundavam o estádio. Decidiu não fazê-lo, mas decidiu pôr termo à AG extraordinária quando alguns sócios foram vítimas de agressões pela segunda vez”, questionou.
Já no final, AVB foi questionado sobre a reação positiva dos adeptos à sua chegada ao Estádio do Dragão. “Não posso ficar indiferente ao apoio que sinto. Provavelmente, apresentar uma candidatura minha é quase como o cumprir de uma formalidade. Apenas quero dar passos seguros, fortes, criteriosos, transparentes, suportados em equipas de rigor, alto nível e credibilidade. É isso que o FC Porto merece. Quando eu tiver todas as equipas montadas, um programa eleitoral digno do que merece uma instituição digna do FC Porto, apresentar-me-ei.”, concluiu.
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