André Villas-Boas está numa ação de campanha Casa do FC Porto Esposende, onde pediu aos sócios que sejam exigentes consigo.
«Vamos estar sob pressão sobretudo pelo legado que nos é deixado por Jorge Nuno Pinto da Costa. Será fator de pressão mas também de responsabilidade para convosco. Quero que exijam o máximo de mim», começou por dizer na primeira de duas ações deste domingo, primeiro em Esposende, depois em Vizela.
«Seja qual for o resultado no dia 27 de abril o FC Porto estará vivo de novo. O presidente deixa-nos um passado de vitórias sem igual, mas estruturalmente não existimos, em termos de gestão desaparecemos e é neste ponto que queremos ser inflexíveis antes que seja tarde demais. Que este seja um novo acordar para o clube», afirmou.
«Temos um grande desafio pela frente relacionado com a sustentabilidade. Nos últimos 12 anos arrastamo-nos para a ruína financeira, estamos numa situação limite atualmente. Isto tem muito a ver com a falta de gestão cuidada e rigorosa. Conquistámos três campeonatos nos últimos sete, mas pagámos um preço elevado para os ter conquistados», apontou.
Villas-Boas falou ainda sobre o impacto da decisão na vida pessoal, algo que começou quando aceitou ser treinador: «Um miúdo, sócio do FC Porto desde que nasceu, que se torna treinador da equipa principal, que tudo conquista, tem um impacto emocional gigante. Quando se está na responsabilidade máxima, nessa altura como treinador, é fonte de pressão enorme e exigência tremenda. É duro, ninguém que sujeitar as suas famílias aceitando cargos que podem desintegrar a união familiar. São compromissos que roçam a loucura para pessoas que têm a vida estabilizada. Os meus amigos dizem-me que perdi a cabeça. Não perdi a cabeça, é o meu timing, hora de mudança para o FC Porto, sinto-me com força. Pessoalmente é de uma exigência enorme. Não há nada que iguale a ter sido treinador e adepto do FC Porto e não haverá nada igual a ser presidente do FC Porto.»