A revista dinamarquesa Tipsbladet, a mais antiga em circulação na Escandinávia, entrevistou André Villas-Boas a propósito do lançamento do Portal da Transparência, em que todos os movimentos de mercado foram publicados para informação aos sócios e público.
«Ser discreto a fazer negócios não deve ser um obstáculo à transparência», defendeu o presidente do FC Porto, que garante não ter recebido «reações negativas», isso apesar do Hammarby, clube que vendeu Deniz Gul ao FC Porto, ter ficado surpreendido pelo anúncio dos detalhes do negócio – que eram na Suécia secretos.
«Como todas as indústrias, o futebol profissional tem tudo a ganhar com a transparência. Podemos estabelecê-lo pela força da legislação, mas se vier de dentro, e de forma natural, os resultados surgirão mais rápido. Os intervenientes da indústria percebem que não têm nada a ganhar ao serem associados a alguns dos fenómenos mais obscuros que por vezes infetam o futebol de formas muito graves. Ver o futebol ligado à lavagem de dinheiro e ao tráfico de pessoas é grave. É uma preocupação global», afirmou André Villas-Boas.
«Isso também se aplica aos adeptos. Notamos que outros adeptos também pressionam os seus clubes para seguirem na mesma direção», situou, falando do apoio que recebeu da UEFA: «Relativamente às instituições e autoridades executivas do futebol, também ouvimos muito apoio às medidas que tomamos. E o apoio que recebemos publicamente da UEFA é crucial. Fala-se muito sobre transparência e integridade, mas apenas foram tomadas algumas medidas concretas.»
«Somos pioneiros porque somos um player grande e importante como clube, mas de um país um pouco periférico, que assumiu a liderança de forma muito concreta e sem hesitações. Estamos na vanguarda da mudança e gostaríamos de estar no centro de uma discussão crítica e positiva sobre o futuro da nossa indústria. Os media também reconheceram a nossa ousadia e mostram o nosso exemplo pelo mundo, como vocês também estão a fazer agora», disse.